Sussurrou por entre os dentes um ‘vai ficar tudo bem, sempre fica’. Eu acreditei, e sabe, não ficou. Eu sinto a sua falta, todos os dias. Sinto sua falta, sua presença, seu olhar de desaprovação quando digo alguma bobagem, o sorriso de felicidade ao me ver, sinto você. Seus braços longos me abraçando, me encolhendo no seu ombro pra que eu pare de chorar, dizendo que tudo fica bem, que sempre fica. Saudade da nossa amizade, dos nossos sorrisos em perfeita sintonia quando juntos. Comentários e provocações, histórias e confissões, amor desmedido. Sentimento visível num desses pedaços de papel que dobrávamos vez em quando sobre alguma pasta solta sobre as pernas. Olhos marejando a cada partida. Mãos que guardavam cada traço como se fosse uma última vez. E foi. Mas eu te amo. Então não é. E eu te espero passar por essa porta com os braços abertos e um sorriso despojado me convidando para um abraço que dessa vez não vai ter hora pra acabar. Vai ser sempre assim, nada nunca acaba. Nunca. Não entre nós, a flor e o cravo.
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